Wednesday, December 20, 2006
Há dias não durmo direito. Meu cérebro está atrofiado. O edredom está esquecido nesses dias quentes, ali enrolado no canto do quarto, como um cadáver, com suas marcas de cigarro e manchas de vinho de noites anteriores. Vejo assassinos na televisão muda.Tomo vários banhos por dia e aquele fio de cabelo não sai do sabonete. Ando pensando na infância e nas minhas diversões solitárias, no meu vício pelo jogo de botão, quando fazia tabelas do Campeonato Brasileiro em folhas de caderno pautadas e passava as tardes jogando sozinho. Eu contra eu. O Fluminense sempre ganhava as disputadíssimas partidas com direito a narração e tudo, suado, mas ganhava, e deixava sempre o Super Ézio de artilheiro. E os moleques da vizinhança estavam no clube com suas mães e chuteiras. Me pergunto onde estarão meus vinis de heavy metal e minhas latas de Colorgin pela metade e minha espada de madeira que usava para lutar contra os ninjas da seita negra no telhado da construção. Meu cachorro Fanjio eu enterrei no terreno baldio que dava acesso ao lago. Certo dia, fui até à Ferroviária só para ver um trem pela primeira vez, era difícil enxergar lá do outro lado. Espere um momento, a luz desse quarto está muita fraca, vou abrir a janela para entrar alguma luz do final de tarde.
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