com sua voz vulnerável
ela sussurra uma canção
como se lançasse um feitiço
esquecido para mim
numa linguagem que consigo entender
ela canta, inacreditável,
que amanhã a poeira vai baixar
e o sol aparecerá para nós
ela me põe no colo
e destrincha meu coração
e enterra blasfêmias sob as sombras
das árvores dos campos
do outro lado da trincheira
ela vaga,
e me alerta sobre a longa batalha da noite anterior
sobre a última esperança
sobre gostar de quem não existe mais
sobre dormir de dia
tomando leite e assistindo desenho do Papa-Léguas.
3 comments:
Lindo e doce como uma bala de festim o seu texto.
O desenho da maior qualidade, maravilhoso.
Aliás, adoro seus desenhos, sua arte. Beijo.
Realmente. Muito bonito.
Desenho e texto...
Aruanda
Finish him!!! muito bom velho, vem cá esses poemas fazem parte de algum livro seu ou projeto de um futuro (who knows?), vejo seu blog há um tempo e tô vendo que eles tão aparecendo agora com cada vez mais frequência, e tão melhorando pra caramba.
valeu!
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