uma vida imaginada
arquivada numa caixa
de sapatos de papelão
escondida na parte de cima de um armário
embutido
nunca se sabe
descompensado
de madeira
amarelada
coisas de lugares menores
de manhãs
imaginadas
num carro vazio
longe pra caralho
parado
no meio de um viaduto
interditado
a porta do motorista aberta
o som ligado
numa rádio country
num velho automóvel
à gasolina
num estacionamento
mal iluminado
um senhor pálido
olhando a cidade
através
do pára-brisa
do reflexo embaçado
respirado
vidrado
que assiste
retrovisado
escurecido
sob o céu claro
de nuvens cinzas
carregadas
que dançam
e explodem
em silêncio
para pedir
baby, não vá.
1 comment:
Um poema porreta demais. Lindo, intenso, mágico. Resumindo: du caralho!bj
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