Tuesday, November 19, 2024

O retrato de um artista direitista em franca decadência

Eu imagino o braga nety numa cela mal iluminada sendo currado por Tonhão, um trafica pocas ideia de 2m de altura. As unhas do milico raspam o chão de concreto enQuanto ele se contorce e me encara. Não consigo definir se ele está sofrendo ou morrendo de prazer. Sexo é assim. Estou sentado no canto escuro. A luz fraca do ‘boi’ ilumina essa cena grotesca. Como estou sem sono, mantenho meu olhar perdido, sem deixar de perceber a sodomia escrachada Que acontece nessa madrugada. Cachorro Molhado, um detento Que foi preso assaltando um coletivo, dorme profundamente encostado em mim. Somos 49 pessoas num lugar QUe supostamente deveria receber 20. Félix está com HIV e permanece o dia inteiro enrolado em seu cobertor. Dênis tá fumando pedra. Não tem nada pra fazer aQUi. Mas desde QUe o braga nety chegou as coisas mudaram. Entramos numa orgia de sexo e drogas. Sexo fazemos com a bunda pelancuda desse golpista. Drogas, compartilhamos. Diante dessa crise climática sem precedentes, vamos comer o cu desse general golpista para aplacar nossa angústia.

 Vão tomar no olho do cu

Thursday, October 10, 2024

lutas de boxe entre influencers, coachs neocrentistas e jovens de direita. investidores de bets, dançarinos de redes sociais. netanyahu transformando o oriente médio​ num grande estacionamento. ​não sei se consegue ficar pior que isso.

zolpidem, diazepam e clonazepam: nem um coquetel dos três consegue me derrubar em sp. vivo em estado de vigília. os dias escorrem como espectros, manchas brancas na janela suja, tudo se move, como se eu assistisse televisão​ pela janela de um carro em alta velocidade. dizem que a amazônia vira um deserto, o saara está alagado e um furacão chamado milton castigou a flórida. parece que o mundo está além de qualquer esperança.

algumas noites sem dormir. sem os cachorros. mais ansioso e sonolento. com pressa em câmera lenta. a erva daqui é muito mais poderosa​. caminho pra casa com o pôr do sol quase no fim. Subo a cardeal e uma muralha de concreto de edifícios projeta a sombra que encobre a rua. apesar dos prédios novos, as calçadas estão mais esfareladas que a faixa de gaza. anúncios de apartamentos de 24 metros quadrados estão espalhados pela rua como cartazes numa passeata festiva. um SUV prateado sai de uma garagem com um fortão com o braço coberto de tatuagens tristes. Tecnologia e segurança. ele nem olha para os lados. as rodas de liga leve trituram um pouco mais o calçamento. a vizinhança mudou. Os cachorros têm sorte de estarem bem longe daqui. ​a gentrificação é um deus sem piedade.


Wednesday, October 09, 2024

Máquina de moer

 Na dúvida se entro numas de fazer uma expo ainda esse ano. Desovar essas paradas que produzi nos últimos anos. O preço das molduras consegue superar o das paradas que produzi nos últimos anos.

Tuesday, September 17, 2024

Eu poderia alegar um enorme ocaso, um hiato esticado, férias eternas dessa porra, mas o que aconteceu mesmo é que consegui recuperar a senha dessa bagaceira nojenta. Nem ao menos sei se continuo a mesma pessoa das milongas abaixo, nem imagino se realmente vou continuar atualizando. Fica o teste.

Alguns acontecimentos:

Amyl desgraceira.

*

Estamos em ação com uma peça de 2012 (se vasculhar aqui deve ter algo sobre). Bons tempos de Frei Caneca, quando meu estômago ainda me tolerava.





*

MJ Lenderman deve ser obcecado pelo Jason Molina.

Kurt Vile ainda me dá vontade de beber, porque suas músicas me lembram dos meus amigos suicidas.

Aqui uma playlist de um tempo recente.

****

Espero que ninguém leia isso.





Wednesday, February 24, 2016


Wednesday, December 23, 2015

dessa vez eu peço uma trégua. a estrada não me deixa dormir.
o ano foi um trator, um caminhão betoneira. não consigo avaliar nada depois de tanto trabalho loucura e álcool. a frenesi precisa baixar uma hora, seja com álcool, sexo ou um monte de porcaria. a mão pesada da ansiedade me chacoalha como uma garrafa pet cheia de gás. se eu tivesse forças poderia explodir. mas dessa apenas vez peço uma trégua. eu não posso dormir nem parar o formigamento. sleepwalking. a estrada me chama. eu a enxergo quando fecho os olhos e não consigo descansar. dizem que o mundo está acabando. não vejo mal nenhum nisso. quero minha garota no banco do passageiro, a magnolia elétrica, um crivo na canhota. o vento seco do nardeste. o asfalto. eu quero descobrir o tamanho da lua que afunda no céu.

Wednesday, October 01, 2014


assim, esta série não passa de uma desastrosa reunião de momentos solitários e extremamente íntimos e de má sorte expostos sem ressentimentos. enquanto o tráfego começa a mover suas engrenagens. enquanto os coletivos freiam e rangem como lesmas hesitantes na banguela da Cardeal. a vizinha se apronta para chegar à tempo no emprego no hospital. a luz da cozinha muda, as sombras diminuem no assoalho. enquanto tudo nasce eu canto na cozinha com uma caneta cravada num pedaço de papel. minhas costas estão completamente empenadas e na minha frente algo encharcado de tinta está estirado entre meus braços, frascos de aguada, pinceis, garrafas vazias e um cinzeiro transbordando. algo expelido num momento solitário e que está ali para me alertar que outra manhã imunda me aguarda.