Monday, September 10, 2007
às moscas
Gigantes adormecidos nas ruas, como a igreja abandonada, a creche e uma habitação completamente descascada. Na última eu entro, na poeira, entre cães famintos e tigelas de cereais esquecidas. Nesses lugares inóspitos, onde poucas pessoas têm coragem de mostrar a fuça, eu caminho descalço após dirigir 230 quilômetros pelas interestaduais sem a menor intenção de chegar em algum destino propriamente. Na verdade, andei sem rumo e cheguei aqui numa cidade morta. Talvez seja destino, ou sossego fortuito. Sento numa praça tomada pelo capim que empurra as calçadas para crescer num silêncio sepulcral onde apenas escuto o farfalhar das árvores secas de inverno ou alguma lata vazia rolando pelo chão. Tenho medo de assobiar. Agüento duas horas sentado num banco de concreto, noto que tem um mendigo dormindo sobre um monte de feno, talvez seja o único habitante dessa cidade, mas nem chego perto. Hoje não quero conversar com ninguém.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment