Sunday, October 02, 2011
às vezes a insônia me acerta aqui. pressiono a caneta no papel como se tentasse talhar algo. até que minhas costas doem. um torcicolo anda me limitando levemente o lado esquerdo. coisa leve. fora isso, nada mais me acomete. a vida corre calma lá fora. um bêbado ecoa uma velha canção nessa língua estranha. escuto um salto alto estalar sobre o pavimento e desaparecer lentamente. a madrugada aqui é silenciosa. um carro de bombeiros às vezes soa na esquina. acho que ele toca a sirene apenas para alertar carros que vêm no sentido contrário. fico na janela até a silhueta das árvores do parque do outro lado da avenida começarem a aparecer. sei que logo mais volto pra olho do furacão, pro cheiro da gasolina. sei que o silêncio vai ser dilacerado por um serra furiosa. talvez seja por isso que eu não queira dormir ainda.
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