Thursday, October 04, 2007
Nunca tive medo do que é perigoso para outras pessoas. Talvez porque eu seja apenas um proletariado da vida e viva dando voltas nela tentando escapar. Quando falo que meia colher não é suficiente você fingi não entender e dorme. Eu não durmo nunca. Nem sonho. No quarto escuro meus pensamentos ricocheteiam nas paredes. Penso no que meu irmão pode estar fazendo àquela hora da madrugada. Provavelmente descanse tranqüilo. Eu não durmo nunca. Nem sonho. Somente dirijo pela noite num mundo que já não existe mais. Encontro meus amigos e bebo em silêncio até o céu avisar que já é hora de acordar. Eu não durmo nunca. Nem sonho. Só não tente me impedir de ser anti. Já que nunca serei pró. Eu acredito nas segundas chances que me dão apenas para estraçalhá-las outra vez contra os muros de concreto grafitado. Escute, eu vou embora dessa vez. Mas não é para sempre.
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