Ando um pouco bodeado com novidades. Eu não acredito em mais nada. Ando num mau-humor escroto. Até tento escutar alguma banda nova, mas acabo arremessando o disco pela janela do carro depois. Não surte efeito nenhum. Muita coisa que está surgindo ai é para trouxas, desses que lêem o Lúcio Ribeiro, ou a Rolling Stone e depois ficam todos felizes, capricham no visual e vão arrasar de olhinhos fechados num club ao som de The Killers, ou LCD Soundsystem. Bando de filhos da puta. Ando num mau-humor escroto. Bom, pelo menos, agora não preciso mais gastar dinheiro com álbuns de merda, assim, sabe como que é, não preciso ficar dando tiros no escuro, só basta baixar, se for ruim, deleto. Eu sou curioso pra música, gosto de vasculhar, mas venho fazendo isso agora somente com o passado distante, música empoeirada. Ainda assim, estava sentindo falta de descobrir um som que me fizesse ouvir bem alto, segurando os bagos. Há algum tempo atrás me deparei com uma música fodaça que está na trilha do filme “black snake moan”, ela se chama “when the lights go out” e é sujona de graxa e poeira, sério, parece ter sido feita por uns borracheiros de posto de beira de estrada. Ainda assim, não dei a atenção devida à dita cuja. Eu sou um cretino. Daí ela ficou ali esquecida, em silêncio, que nem um lobo machucado. Hoje ela tocou aqui na minha orelha. Eu disse, eita porra, e já fui atrás de mais coisas dessa banda. Daí fudeu tudo. Isso aqui é daquelas porcarias que quando se escuta já se pensa uma pá merda, como atropelar uma vaca na Fernão Dias, ou beber gasolina antes de ir pro trabalho. A banda se chama The Black Keys e com eles não tem firula. São dois caras, Daneil Auerbach (vocal e guitarra) e Patrick Carney (bateria), que fazem tudo sozinhos, tocam com firmeza um pesado blues rock arranca toco. Os riffs da guitarra de Auerbach soam como se viessem duma espelunca do velho oeste. A bateria lembra Bonhan, ora econômica ora descontrolada. Esses caras devem ser tipo uns rednecks ignorantes, comedores de fumo, não sei, também não tô nem ai. Acredito que a dupla deve ter se conhecido e falado “Ô Jejão, tava pensando, vamo ali fazer um som na garagem do cortiço”, daí o outro, mascando um capim falou “Ah, vambora”. Um sentou atrás da bateria e o outro catou a guitarra e começaram a tocar. Pá. Sem viadagem. Numa levada do capeta que está me mantendo acordado hoje aqui no trabalho. Eu não dormi ontem. Estou num mau-humor escroto. E estou com uma vontade desgraçada de morrer num acidente. De cair de um desfiladeiro. E se for pra isso acontecer, vai ser escutando essa porra de banda.
A banda já lançou 5 discos de estúdio, aqui vão dois que eu consegui vasculhando o Mediafire. Eu gostei mais do “rubber factory”, que é mais puro, analógico, tem “Grown so Ugly”, que é uma versão rock paulera de uma música de Robert Pete Williams, um lendário bluesman. “attack & release” também é muito bom, só que a produção é bem mais caprichada, polidinha, daí acaba que fica com um jeitão de banda grande e pretensiosa. Aquele tipo de disco que você escuta várias vezes, gosta até, mas com o passar do tempo vai ficando de lado. Esse disco, na real, nem saiu ainda. O lançamento está marcado pro dia 1 de Abril.
Rubber Factory - The Black Keys (2004)
Attack & Release - The Black Keys (2008)
Wednesday, March 19, 2008
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2 comments:
anda num mau humor desgraçado, é?
... num é novidade, como se tivesse andado diferente algum dia.
vai Nariga. melhorei. hoje eu tô quieto.
abraço, irmão.
carca
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