Não consigo ouvir a porra do rock novo, que me soa falso e amador, insosso como aquele último miojo sem o tempero que você usou para incrementar uma sopa Knor de pacote. Não gosto do LCD Soundsystem, dizem que é cínico e moderno, de pista e tal, só que para mim soa pretensioso e burro, para crianças debilóides. Não suporto Kasabian, é muita pressão para uma banda bola-murcha. Apesar de ter o disco, não escuto mais Kaiser Chiefs, eles até são engraçadinhos, entretanto, os mamonas ingleses só acertam a mão, depois de atirarem pra tudo quanto é lado, a cada 30 tentativas. E o que dizer do Babyshambles?, o frito é muito mais pose que a música em questão, tipo jogador de futebol velho. É impossível ler a NME sem se perguntar quem são os idiotas que fazem aquela revista. E não deixa de ser hilário os comentários do CSS dizendo que tão pouco se fudendo para o sucesso no Brasil já que eles são os bambambans na gringa, não voltem mais então. Por isso, sigo cavando um buraco numa montanha onde os entulhos são mais atraentes. Ando descascando cana encostado no tronco duma árvore bem longe daqui. Pesquiso o que chamam de velho, antigo e primitivo. Descobrir o folk de Rambling’ Jack Elliott há algumas semanas atrás foi como comer a primeira gostosa da minha vida na fazenda dum amigo do meu pai, quando tinha 17 anos. I´m so Glad, Skip James, i´m so glad. Já o blues de Charley Patton me faz esquecer do trânsito e das contas que se acumulam na minha gaveta, e ainda me torna um cara cada vez mais durão. Sigo roendo as unhas e cavando as raízes do que originou tudo. Elmore James, você é um filho da puta, se eu o tivesse escutado quando era criança o que seria de mim hoje, nego? O que prolifera agora não me atinge, eu posso até tentar, mas não funciona, não sou eu que escolho, acontece. Sinto que a música é como uma paixão, literalmente falando, você não escolhe gostar de alguém, simplesmente acontece. Cito como exemplo “For no one’, dos Beatles (abaixo). Desde os meus 13 anos essa canção arruína minha vida toda vez que lembro de sua existência e a coloco para tocar. É isso que procuro, algo que me divirta, preencha e esvazie ao mesmo tempo, seja em livros, gravuras ou vinis, seja num bar imundo sozinho ou ao redor duma mesa de sinuca com os amigos. Coisa autênticas e simples que não desaparecem na fumaça do tempo, mas ficam impressas na memória.
for no one
the beatles
Your day breaks, your mind aches
You find that all her words of kindness linger on
When she no longer needs you
She wakes up, she makes up
She takes her time and doesn't feel she has to hurry
She no longer needs you
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
You want her, you need her
And yet you don't believe her when she says her love is dead
You think she needs you
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
You stay home, she goes out
She says that long ago she knew someone but now he's gone
She doesn't need him
Your day breaks, your mind aches
There will be times when all the things she said will fill your head
You won't forget her
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
Tuesday, January 16, 2007
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