Friday, November 23, 2007
não pertenço
debaixo da chuva eu pisei em algo podre na calçada. era meu coração que ficou pra fora ontem à noite, mesclado à lama fétida da cidade de São Paulo. eu chutei aquela porra pra bem longe de mim. raros são os amigos e ninguém vai dar falta se eu fugir de volta pra Palmas, no Tocantins. embarcar num pau-de-arara e nunca mais voltar. ou roubar uma máquina na esquina das Espraiadas. ao longo da minha estada aqui só merda cometi. agora tenho 5 policiais civis no meu encalço e um amor perdido para um frentista do Posto Shell da Consolação. porém, não sou de lamentar. em breve, antes de tomar o metrô rumo à rodoviária, vou assassinar brutalmente o desgraçado que me tornou corno. vou arrancar seus olhos e seu pau e fazê-lo engolir. depois disso, compro uma garrafa de vinho e escapo furtivamente, entre goles vigorosos, desse inferno de concreto e seres detestáveis.
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