Friday, April 27, 2007

Não sei quanto tempo ainda irei durar. Ando me tolerando bem por enquanto. Ontem passei na frente de um prédio onde o pai de uma amiga pulou pela janela. Mais tarde, um conhecido me confessou que pensa em se matar, todos os dias. Sugeri que fizesse isso de uma vez, sem choramingos. Remédios não adiantam. A tristeza vicia, ou você aprende a lidar com ela ou acaba com tudo de uma vez. Penso na morte às vezes, não com a freqüência que pensava há 5 anos atrás, por algum motivo, talvez eu tenha mudado, ou apenas diminuído um pouco o pique da mente. Tenho medo da solidão, já que não sei enfrentá-la equilibrado. Estou sempre a ponto de ficar louco. Isso é difícil para quem está próximo de mim, pois nesses momentos o desespero vira destruição, ou arte.

Blue Monday

Fats Domino

Blue Monday how I hate Blue Monday
Got to work like a slave all day
Here come Tuesday, oh hard Tuesday
I'm so tired got no time to play
Here come Wednesday, I'm beat to my socks
My gal calls, got to tell her that
I'm out'Cause Thursday is a hard workin' day
And Friday I get my pay
Saturday mornin', oh Saturday mornin'
All my tiredness has gone away
Got my money and my honey
And I'm out on the stand to play
Sunday mornin' I'm feelin' bad
But it's worth it for the time that I had
But I've got to get my rest
'Cause Monday is a mess

Thursday, April 26, 2007

vida na estrada

Com uma nova frente fria surgindo no horizonte para temperar o feriado, pego as malas e caio pelas estradas cercadas de araucárias que cortam a serra e me levam a uma pequena e distante cidade, daquelas que vivem presa ao próprio passado, com lendas desdentadas e histórias de lutas perdidas. Como trilha para as curvas, após uma xícara de café, preparo uma listinha para meu delírio particular. Gosto de me sentir nostálgico, principalmente acompanhado.

Deixo aqui alguns vestígios:

”Where Did You Sleep Las Night” - Leadbelly


“Talking to Myself” - Blind Willie McTell


“The Hunch” - Mad Mike and The Maniacs

Wednesday, April 18, 2007


“High Times” – Elliott Smith

do disco “New Moon”, que será lançado no dia 8 de Maio, na Europa e nos EUA.

Tuesday, April 17, 2007

Foi bom enquanto durou, mentira, sempre foi uma merda. Cansado de me estuprar diariamente caminho noite adentro e encontro alguns desconhecidos que dividem os copos e mulheres que encaram e me convidam para entrar em banheiros públicos. Sem o toque, já que o contato fede e ao mesmo tempo os fiscais do tempo dormem em lençóis de 400 fios e poucas preocupações. Já não me preocupo mais, apesar dessa maldita excitabilidade e da certeza duma nova manhã intrafegável dentro do meu táxi com passageiros que suam e indicam as direções com suas mãos espalmadas, as mesmas que me pagam, mas não me tocam. Meus olhos cansados apanham da vida a cada curva, e pacotinhos solúveis de antiácido tentam me salvar noite afora que é dia e insiste em continuar e agradeço à Deus por não pensar em pensar em você a não ser numa maneira rápida de descansar para começar tudo de novo no mesmo lugar.
Embora o roteiro tenha sido muito bem adaptado, “O Cheiro do Ralo” não transparece tanto a loucura do protagonista quanto no livro, que é um tanto frenético e cheios de tiques esquizofrênicos, soando assim engraçadinho na maior parte da história para a platéia de imbecis do Espaço Unibanco, péssimo cinema, aliás. Colocam uma porrada de cadeiras pregadas no chão e cobram 16 reais de entrada para idiotas como eu, daí entramos e somos obrigados a assistir 75643 comerciais dum banco que não parece banco parece um açougue e de uma marca de cerveja que todo mundo toma e fica feliz e bonito cantando jingles. E como riem as pessoas aqui em São Paulo, mas voltando ao filme, o engraçadinho ali é fruto da mente rápida e perturbada de Lourenço Mutarelli, que escreve sem firulas já que sua praia mesmo são os quadrinhos. Ele tem estilo, até como ator. O filme, gravado em poucas locações, desce fácil com a troca rápida de personagens – muitos conhecidos de mesas de bar - e situações, e a fotografia foi uma das coisas que mais gostei, um tanto opaca, que saí dessa estética telenovela da Globo que impregna a maioria da produção nacional. Um bom filme.
bem que os lixeiros podiam fazer uma greve daquelas.

Friday, April 13, 2007

ando meio sem saco pra essa porraqui.

atualizações mais constantes acontecem .

Tuesday, April 10, 2007

Eu me mantenho cansado, assim posso aguentar melhor quando a vista falha e um zumbido de chuva dentro da minha cabeça desaparece com minhas idéias, e o barulho acaba, e silenciado entro num quarto cinza como sua pele no outono sem manchas nas nuvens que se formam no céu mexido pelo vento que sopra, mas só chove dentro da minha cabeça.
se liga no poder que o futebol tem na vida de um moleque... até a descoberta das mulheres.

Costinha leva seu filho para conhecer Zico nos anos 80.

http://www.youtube.com/watch?v=c9g5dl7IO2o&eurl=

Monday, April 09, 2007

Passei o feriado chuvoso no campo lendo algo que ganhei de um amigo que tem um tornozelo na França. Ele me jogou nas mãos um romance dos anos 40, muito conhecido por aquelas bandas. “Vou Cuspir no seu Túmulo”, de Boris Vian, é impressionante tanto pelo seu conteúdo quanto por sua história. Vian escreveu a obra em 15 dias, em 1946, e apresentou o livro aos editores como sendo um romance americano traduzido por ele a partir dos manuscritos dum certo Vernon Sullivan. Uma farsa subversiva que visava fugir das pragas com a censura. Com uma escrita contemporânea e semelhante à Henry Miller - porém muito mais podre, extrema e direta - “Vou Cuspir no seu Túmulo” conta a história de Lee Anderson, um negro americano que parece um branco e tem os cabelos louros e pretende vingar o irmão que foi morto por ter comido uma branca. A história, com características pulp e beatnik-sado-putaria-vem-cá-putinha, cheia de carrões e estradas e menininhas de 15 anos sendo sodomizadas, escorre rápida pelas páginas regadas de humor-negro. O final é de arranhar as entranhas numa fuga de carro. O romance acabou se tornando best-seller por lá, contudo sofreu problemas com a censura dos moralistas depois que um marido matou a mulher e deixou uma cópia do livro ao lado do cadáver. Boris Vian, anos depois, viria a morrer de ataque cardíaco num cinema, assistindo um filme baseado em seu livro. Ele já havia alertado aos produtores que queria remover seu nome dos créditos do filme, que devia ser uma bosta.

Tuesday, April 03, 2007

Eu tô pouco me fudendo que o Fluminense não tem mais chances no Campeonato Carioca 2007, já que na quinta-feira passada nós esmerilhamos o Flamengo no Maracanã, e eu estava lá. Sim, eu estava lá e passei um sufoco do cão pelas ruas do Rio de Janeiro, contudo só quero falar do jogo. Colei no Maraca junto com dois amigos, um deles tricolor, o outro tricolor paulista, atravessando a horda de urubus logo na bilhateria. Corre-corre, empurra-empurra e gritaria dos infernos para comprar o bendito ingresso, que para minha surpresa era caro como um show de rock dessas bandas gringas de merda – R$30,00 a arquibancada -. Mas a facada na cara valeu a pena. Dentro do estádio, na busca da torcida tricolor, trombamos um negão gigante, de berma, havaianas e um coletinho preto todo rasgado, parecendo um veterano do Vietnã. Ouvindo nossa conversa, o truta lançou: “praquele lado é a torcida do Fluminense”. E é pra lá que nós vamos, eu disse, e um sorriso espontâneo surgiu por debaixo do seu bigode grisalho. Já na torcida pude perceber que o negão era um dos líderes da torcida Jovem Flu. O estádio nem estava tão cheio, já que o Flu estava na corda bamba – hoje já atolou com os dois pés na lama – e precisava ganhar a qualquer custo. No primeiro tempo, num jogo de perebas com lances bisonhos, o Flamengo fez um gol com o grosso do Souza, filha da puta desgraçado. Uma guriazinha com uns 14 anos de idade, que estava sentado do meu lado junto com seus irmãos, sentiu a dor do fracasso como uma vuadora no coração, abaixou a cabeça e apertou os olhos com as mãos. Uma cena comovente que partiu meu coração, aquela garotinha linda chorando pelo MEU clube. Agüentei a tédio até o final da primeira etapa, entornando copos de plástico com Itaipava e comendo um XBurguer seco como o sertão. No segundo tempo, logo no primeiro minuto, Cícero recebeu um cruzamento de Alex Dias e guardou de carrinho pro Flu. Berrei igual um condenado por um crime que não cometeu. A seqüência da partida deixava todos torcedores com os nervos em frangalhos, já que o Fluminense não conseguia chegar à meta e virar a porra do jogo do caralho e vai tomar no cu urubu, como o público gritava a plenos pulmões. O Flamengo ainda chutou duas bolas na trave, eu pude ver do outro lado do campo e pedia a Deus, porra, faz alguma coisa, olha a menininha ali, tá mal, truta. Chegando no final falei com o veterano, e agora, será que vai rolar? Ele posou sua mão gorda sobre meu ombro e disse, acredite, filho. E eu estava acreditando em nunca, ali no Maracanã, naquela noite que eu estava me sentindo triste pra caralho mesmo, nesses dias estranhos e sem cores, quando estou sem você e clamo pela vitória do meu time para esquecer quem sou eu. Assim, o eterno filha da puta do juiz ditou 4 minutos de acréscimo, e minha esperança escorria, quicava arquibancada abaixo enquanto o Flamengo atacava em revoada, contudo, foi no contra-ataque que o time das Laranjeiras veio em minha direção, com seus loucos guerreiros milionários de meiões e chuteiras, eu gritava vai, caralho, vai!, e num novo cruzamento a bola veio num arco na frente do goleiro que só viu Cícero novamente surgir voando como uma flecha e tocar com o bico do pé na bola, agora espera: nesse instante tudo parou por milésimos de segundo e antes que a pelota tocasse o fundo das redes, eu já estava voando pelos degraus de concreto. Credo, parecia loucura de ácido, como se toda a torcida tivesse voltada para a pré-história e fizesse danças desconexas com gritos primatas horripilantes e tudo que era ruim dentro de mim fosse destilado pra fora naquele gol, de virada, aos 48 do segundo tempo. Pau no cu do mundo. E pau no cu do campeonato. O que importava era ali, naquela hora. E chega, caralho. Que eu tenho coisa pra fazer e não vou revisar esse texto. Porque não basta se divertir, tem que esfregar na cara.

Monday, April 02, 2007

HARD LIFE

Bonnie 'Prince' Billy

And it's a hard life
For a man with no wife
Baby, it's a hard life
God makes you live

But without it,
Don't doubt it
You don't even have
Your tears to give

I wake up I'm fine
With my dreamings still on my mind
But it doesn't take long, you see
For the demons to come and visit me
And i've got my problems
Sometimes love doesn't solve them
And i end each day in a song

And it's a hard life
For a man with no wife
Lord, it's a hard life
God makes you live

But without it,
Baby don't doubt it
You don't even have
Your tears to give

I know i'm a hard man
To live with sometimes
Maybe it ain't in me
To make you a happy wife of mine

And maybe you'll kill me
Honey i don't blame you
If i were in your place,
Maybe that's what i would do

But i ain't breathing
Let me breath
Let me go
Let me
don't know
But i might lose
I might bum
I might to blow a fuse

So let me go,
Lay down
On my own
Let me drown
Let me go
Go where you don't go