Thursday, December 30, 2010

estrada

Ontem encarei mais de 1000km de rodovias variadas para chegar em Brasília. O carro riscou 3 Estados diferentes no mapa com o vidro aberto, por onde entrou a chuva e escapou a fumaça dos crivos de filtros mastigados entre refrões mal cantados. Não estou aqui para prestigiar a tal posse, isolar dramas, comemorar viradas ou qualquer outro tipo de frescura ordinária, estou apenas num passeio, percorrendo longas distâncias como costumo fazer sempre que aparece algum intervalo na vida.
Hoje comi churrasco com minha mulher e familiares. Contamos histórias ao redor da mesa. Entre goles e canções num violão. Brasília está vazia e tranquila, da mesma maneira que imagino a cidade de São Paulo neste exato momento, no entanto, aqui aprecio o horizonte e me sinto calmo com isso.
Logo no início do próximo ano, espero encarar sozinho a cinquentona Belém-Brasília, a estrada que ligou a Região Norte do Brasil ao restante dele. Antes, o acesso era feito apenas de avião, barco ou por uma trilha que vinha do Maranhão e adentrava o Pará. Agora os tempos são outros e dizem que a rodovia, de 2772km, sendo 445 deles cortando a selva amazônica, e que já foi considerada uma grande roubada para suspensões, rodas e carros populares, não apresenta grandes desafios a serem percorridos.
Minha ideia é chegar em Palmas-TO, passar alguns dias na companhia de amigos derretidos pelo calor do norte, me alimentar de bastante carne de sol e feijão verde e em seguida decidir um novo roteiro que me leve para outro lugar. Quem sabe voltar por um caminho de ida, nas beiradas do mar.