Wednesday, January 31, 2007

shór

O DEBATE, minha banda nacional favorita, que acabou de lançar um EP pela Amplitude, toca hoje no Old Vic Pub. Garanto que ao vivo os caras são impressionantes.

ELMA + DEBATE
22hs00
R$ 15 reais
Diogo Jacome, 613 – esquina com Av. Hélio Pelegrino
Fone: 3842-4342

Monday, January 29, 2007

chupando pirulito na rave

ando um pouco anti novidades, só no mocó, até porque só têm arrombado nessas fitas, mas é difícil ficar indiferente com essa música do Klaxons. eu coloco ela aqui e já vizualizo uns indies na pista do funhouse ou do outs, com o polegar atochado no cu e o pirulito na boca, sem saber se rebola ou chacoalha o cabelinho, lindo, cada um na sua vibe, acreditando nessas coisas legais ai, no papai, na merenda, na gordinha serelepe do lado, no tudo bem, no então tá bom:

"Not over Yet"

me leva pro hospital

Só agora descobri que os canadenses do The Constantines lançaram um disco novo, e quase parti a cabeça no meio com o volume dessa porra no fone d’ouvido. Ainda não consegui baxá a bagaça - “Tournments of Heart” - toda, mas, logo de cara, com a música que peguei – “Love in Fear” – deu pra pensar em colar no hospital pra tirar um sangue com os braços pra cima.

update:
sério, esse disco é o melhor que escutei em muito tempo.

barriga d'água

Uma velha me pára na esquina e pergunta sobre os falsos progressistas e suas filhas virgens e do ano, do número dos solitários. Eu compro um de seus terços e digo que minha carne não é boa e que caia fora. Nada devo aprender. Cuido do meu nariz, é por onde a vida, a vida escorre. Já não enxergo do outro lado da lente. No aniversário de São Paulo, não saí de casa para ver a chuva. It's a hard rain's a-gonna fall. Hoje é o primeiro dia de aula da molecada, eu entendo a chatice e não sinto falta dela. Chove e faz calor lá fora. Para onde os idiotas vão hoje? Tropeçando na cidade de São Paulo. Eu quero uma passagem só de ida. Para o terminal onde tudo flameja ao redor, nas labaredas da minha shangri la, numa mistura de ingredientes errados e gases poluentes inflamáveis e a desilusão que brilha na escuro.

Wednesday, January 24, 2007

eu não gosto de chorar, e isso não acontece mais. não tenho tempo para desculpas e quando estou alto acho que posso conviver com as lâmpadas queimadas. você sempre diz adeus de costas e me deixa acordado na sua cama o resto do dia. quando volta do trabalho me traz flores com um bilhete em branco. me olha de soslaio e não sorri mais. minhas chances morrem aos tropeções. ás vezes sinto um aperto debaixo do sovaco, acho que é falta de ar.
Essa xavascuda é firmeza, ó.

Tuesday, January 23, 2007

dose diária de merda

Eu acredito que exercícios físicos e trabalho façam muito mal à saúde, mais que cigarros e televisão. Uma pessoa que freqüenta uma academia, por exemplo, está sujeita às dores localizadas e à estafa muscular por causa dos movimentos repetitivos e do adestramento excessivo em busca do corpinho ideal para impressionar o semelhante ou tirar o atraso de anos achatando a bunda no sofá e no bar. Tri atletas então, nem vou comentar – vide bula de barra de cereais. Agora no caso do trabalho, é muito simples, o bagulho já é uma bosta, quando é emprego então piora, sem dúvida. A rotina tediosa da escravidão empresarial em carga horária semanal, acaba com qualquer ser humano pós-moderno que precisa do pagode no fim do mês para sobreviver e adquirir bens materiais e a cerveja do happy-hour – o período noturno de trabalho. Para manter o condicionamento físico e a mente sã é preciso se livrar das amarras habituais e voltar a beber da fonte das ruas, ou seja, parar de frescura. O homem pós-moderno das grandes metrópoles não caminha e está enclausurado em cubos e caixas de vidro, cego para o que acontece ao redor, tudo se limita a um retrovisor e algumas janelas fechadas; carece da mudança contínua de cenários, situações, do aproveitamento da variação da paisagem urbana; deve viver como um índio, ou até um moleque - mas não como esses pirralhos babões, mamãe-quero-bolo de hoje em dia, que sequer põem os pés para fora do condomínio – que anda de bicicleta e vai a pé ou de ônibus pra qualquer caralho de lugar. O indivíduo que se locomove com o meio de transporte natural que Deus lhe deu por algumas horas durante o dia ou a noite, consegue manter a forma, evita pensar merda e se preocupar com a pressa, a urgência diária que só existe para chegar rápido em casa em busca do próximo Danoninho, do próximo capítulo da porra desses malditos seriadinhos americanos, da próxima briga conjugal. Somos um bando de preguiçosos que depende de elevadores e automóveis e botões para fazer qualquer tipo de porcaria como ir ao cartório ou pedir uma pizza. Somos bostas humanas, cagalhões de merda. Somos nojentinhos e babaquinhas,que colocamos o paninho no colo pra comer e que analisamos as bordas do copo antes de beber. Somos a cloaca urbana.

Monday, January 22, 2007

Desde o começo do ano noto que os outdoors estão caindo pelas redondezas da cidade, graças à nova lei, a empreitada fantástica do nosso Sr. prefeito Kassab. Assisto essas mudanças, sentado no bar de grande movimentação que freqüento quase que diariamente aqui do lado do trampo. A cidade ganha novos ares sem a esporrada de logos, cores pantones e modelos sorridentes espalhadas pelas esquinas. Tudo fica melhor sem a criatividade apelativa e invasiva dos publicitários paulistanos.

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Ultimamente ando preferindo comprar meus livros pela Cultura, porém recebi um email sobre descontos da Saraiva e, assim sendo, fui descontá-lo. Numa compra de 80 dinheiros, paguei, subtraindo os bônus (desconhecidos) e os descontos oferecidos, um valor total de R$15. Firmeza.

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O Rage Against the Machine volta a se apresentar completo no Coachella Festival, em Abril, na Califórnia. Porra, quando eu era moleque, meu sonho era ouvir "Bulls on Parade" ao vivo num show dessa banda.

Thursday, January 18, 2007

A escuridão aparece para me lembrar que estou ocupado tentando morrer. Escondo-me atrás da porta e descubro farelos de vida no assoalho. Meu sangue escorre em espiral pelo braço esquerdo. Fecho a porta e não sinto sua falta, apenas a ausência do seu fedor. Cuspo pela janela tentando limpar em vão todo o muco dos meus dentes. Estou ocupado tentando morrer. Eu não tenho medo mais. E escuto o sino da igreja daqui e todas aquelas canções com os olhos secos e a garganta solta como uma garrafa entornada que rola no chão sobre a poeira que gruda nas bordas e nas horas que esgotam no céu que desaparece e se mistura com o teto e tudo vira um círculo onde me enclausuro e sei que não existe razão nem saída.

vamo parar com essa putaria ai

vixi, baxaê e coça o joelho disfarçadamente*

“A Spoonful Blues” – Charlie Patton

“Standing at the Crossroad” –Elmore James

“Mama, Talk to your Daughter” – J.B. Lenoir

“Lost your Head Blues” – Bessie Smith

"Love in Vain" - Robert Johnson

Têm muito mais da onde roubei isso. Lá no ótimo The Blues Traveller.

*clique com o direito, "salvar destino como..."

Wednesday, January 17, 2007

IDEAFIXA #4

Está no ar a nova edição da IDEAFIXA. Essa é sobre Science Fiction.

E que firmeza!, fui o quarto colocado na votação dos melhores artistas da edição anterior, da qual fiz parte, com média de 9,28. Assim, vou começar a levar à sério essa parada de rabiscar. Deixo aqui meus agradecimentos aos amigos e desconhecidos que votaram bem em mim.

Tuesday, January 16, 2007

Diante das notícias de que a doença corintiana agora atinge meu clube, fica difícil segurar o intestino depois do PF. O bosta do Rafael Moura e a porcaria do Carlos Alberto foram contratados para a temporada. O segundo foi revelado pelo Tricolor, mas tinha debandado para Portugal quando tinha uns 18 anos, depois voltou direto pro Corinthians, não fez falta, agora pesa e vai pesar mais, como uma âncora. Eu não vou com a cara desse arrombado de jeito nenhum, ele é o Alexandre Pires dos gramados. E o argumento da diretoria é o mesmo de todos os anos: o time fez grandes contratações e vai lutar por títulos. Difícil.

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Comprei uma bicicleta para vir trabalhar, assim, além de economizar dinheiro do gás da barca, vou contribuir nessa batalha para salvar o planeta e os animais que vivem nele, e suar a cerveja.
Não consigo ouvir a porra do rock novo, que me soa falso e amador, insosso como aquele último miojo sem o tempero que você usou para incrementar uma sopa Knor de pacote. Não gosto do LCD Soundsystem, dizem que é cínico e moderno, de pista e tal, só que para mim soa pretensioso e burro, para crianças debilóides. Não suporto Kasabian, é muita pressão para uma banda bola-murcha. Apesar de ter o disco, não escuto mais Kaiser Chiefs, eles até são engraçadinhos, entretanto, os mamonas ingleses só acertam a mão, depois de atirarem pra tudo quanto é lado, a cada 30 tentativas. E o que dizer do Babyshambles?, o frito é muito mais pose que a música em questão, tipo jogador de futebol velho. É impossível ler a NME sem se perguntar quem são os idiotas que fazem aquela revista. E não deixa de ser hilário os comentários do CSS dizendo que tão pouco se fudendo para o sucesso no Brasil já que eles são os bambambans na gringa, não voltem mais então. Por isso, sigo cavando um buraco numa montanha onde os entulhos são mais atraentes. Ando descascando cana encostado no tronco duma árvore bem longe daqui. Pesquiso o que chamam de velho, antigo e primitivo. Descobrir o folk de Rambling’ Jack Elliott há algumas semanas atrás foi como comer a primeira gostosa da minha vida na fazenda dum amigo do meu pai, quando tinha 17 anos. I´m so Glad, Skip James, i´m so glad. Já o blues de Charley Patton me faz esquecer do trânsito e das contas que se acumulam na minha gaveta, e ainda me torna um cara cada vez mais durão. Sigo roendo as unhas e cavando as raízes do que originou tudo. Elmore James, você é um filho da puta, se eu o tivesse escutado quando era criança o que seria de mim hoje, nego? O que prolifera agora não me atinge, eu posso até tentar, mas não funciona, não sou eu que escolho, acontece. Sinto que a música é como uma paixão, literalmente falando, você não escolhe gostar de alguém, simplesmente acontece. Cito como exemplo “For no one’, dos Beatles (abaixo). Desde os meus 13 anos essa canção arruína minha vida toda vez que lembro de sua existência e a coloco para tocar. É isso que procuro, algo que me divirta, preencha e esvazie ao mesmo tempo, seja em livros, gravuras ou vinis, seja num bar imundo sozinho ou ao redor duma mesa de sinuca com os amigos. Coisa autênticas e simples que não desaparecem na fumaça do tempo, mas ficam impressas na memória.


for no one
the beatles

Your day breaks, your mind aches
You find that all her words of kindness linger on
When she no longer needs you

She wakes up, she makes up
She takes her time and doesn't feel she has to hurry
She no longer needs you

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

You want her, you need her
And yet you don't believe her when she says her love is dead
You think she needs you

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

You stay home, she goes out
She says that long ago she knew someone but now he's gone
She doesn't need him

Your day breaks, your mind aches
There will be times when all the things she said will fill your head
You won't forget her

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

Monday, January 15, 2007

Minhas férias acabaram e desapareci, fui engolido pelas partes escuras de São Paulo este final de semana como uma barata que é sorvida por um bueiro na tarde chuvosa. Entre sinucas e botecos, troquei idéias sobre cantores obscuros e flores secas esquecidas em páginas de livros. Amanheci sentado numa sarjeta da Rua Augusta e conheci um ladrão sem nenhum dente, sua boca parecia um rasgo que cruzava a face e seu braço era um pergaminho com tatuagens bisonhas de tinta de carga de Bic. Meus olhos acendiam cigarros e as luzes do teto não funcionavam mais e haviam muitas sombras nos rostos desconhecidos e desfocados e eu cansei e voltei para casa
debaixo do sol do domingo.

Hotel Lancaster



aprovado, finalmente. ainda não sei exatamente que dia estréia, deve ser lá pelo dia 23, 24 deste mês. eu já assisti algumas vezes, mas vou de novo.
vai acontecer lá no Satyrus I, na Praça Roosevelt.

Thursday, January 11, 2007

hotel lancaster

"Shake Your Monkey Maker"

Muitas 80 garrafas de vinho, alfajores, fumo dubom e doce também, buffets baratos de beira de estrada, e muito, muito Elmore James para aplacar minha sede de loucura. Eu seguro meu crânio aqui no banco de trás enquanto esse maldito debulha meu coração negro, seguro e aperto para não explodir e tudo acabar aqui mesmo. Misturo tudo cowboy, uma mistura assim, Ramblin’ Jack Elliott, Elmore James e taco mais um pouco de Bob Wills & His Texas Playboys e Bobby Dylan e olho a mistura efervescente com meus dois olhos míopes e flamejantes como a brasa do cigarro que queima trêmula na minha mão esquerda e meu suor escorre como a água dos rios que cortam a sulamérica. E a estrada corre solta com sua faixa dançando em ziguezague, com o zunido dos automóveis ultrapassados fazendo par com o slide guitar. Tudo vai ficar bem sempre que quiser, Ma. As piadas voam soltas como aquele bando de pássaros que segue rumo ao crepúsculo uruguaio. Eu acredito em nunca outra vez, Ma, e nos goles de vinho que caem na minha regata imunda que não tiro há 5 dias. Me abraça, linda, vamos sorrir para refletir o que resta de Sol nesta estrada neste continente neste dia.

Tuesday, January 02, 2007

depois de 3000 quilometros rodados, ja nao me encontro mais no Brasil há 5 dias, e nem os acentos neste teclado fulero. com meus amigos, cruzei uma rebarba do país por estradas desconhecidas e escuras, outras vezes tao ensolaradas que tostaram meus braços e pernas. paramos em hotéis imundos e empoeirados como poroes esquecidos do século passado. conhecemos cidades desconhecidas e de nomes hilários. seres que nunca veremos outra vez e postos de gasolinas nada hospitaleiros. vimos paisagens sem fim, mas cortamos-as. tivemos nosso medo e delìrio particular numa rodovia abandonada e deixamos de dar carona à Kerouac e nao tomamos cerveja com Wander Wildner. vimos a água caindo e falta dela. o sol inclemente do verao sulámerica. os cachorros imprimidos no asfalto. e os biscoitos chochos de polvilho. baby, please quilmes! eu já nem sei onde estou, mas continuo. nao voltamos mais, apenas vamos, afinal, o roteiro é um círculo.