Wednesday, May 30, 2007

Com os 64 mil ingressos esgotados, o Fluminense pega o Figueirense hoje no Maracanã pelo título da Copa do Brasil. Lembro que em 1992 o tricolor perdeu a final para o Inter de virada e eu quase tive um infarto. Naquela época, com 12 anos, eu nunca tinha visto meu time ganhar um campeonatinho de merda qualquer e estava confiante naquela final. Cheguei a ponto de quase rezar. Quebrei a cara bonito, e fui chorar no canil com meus cachorros. Hoje eu tô cagando. Vai ser firmeza assistir meu time numa final interestadual novamente, vou tomar umas latas e comer alguma porcaria no sossego da goma. Sei que o Flu tem plenas chances de ser campeão, o time melhorou com Renato Gaúcho de professor e com a saída do Thiago Moura, dando lugar para Adriano Magrão, mas caso esses filhos da puta amarelem outra vez, apenas vou subir pro meu quarto, socar uma e dormir.

Tuesday, May 29, 2007

Sou fiel ao meu fornecedor de piratarias.

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- Serginho, seu contato de drogas tá puto contigo, han?
- Eu sei. Faz mais de um mês que eu tô devendo praquele porra.
- É. Só que ele taí na porta.
- O quê?! Ai caralho! E agora? CÊNUMFALÔQUEUTAVAQUI, NÉ?!
- Calma, calma. É mentira...

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As gurias do Electrelane acabam de lançar um álbum novo, e parece que é bom.

Electrelane - "No Shouts, No Calls" (rapidshare)

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Dei uma certa dosada na quantidade de ruídos que entram nas minhas orelhas, já que o zumbido constante, que me atormenta principalmente quando tento dormir, virou dor. Assim, numa vida um pouco mais monótona, parei de vasculhar o que gosto, só não consegui parar de escutar o álbum “Pony Express Record”, do Shudder to Think.

Monday, May 28, 2007

Ontem, fui conferir a Exposição do fotógrafo Bob Gruen na FAAP. Confesso que nunca tinha botado os pés dentro daquela fortaleza de ensino caro para molequinhos frescos que o papai assina o boletim, aliás, fui com os dois pés atrás ver uma exposição curada pelo Supla na FAAP, mas, vejam só, eu gostei. Muito material bom desse cara. As fotos do Chuck Berry são fodas, daí tem umas do Johnny Thunders hilárias de plataforma e da Debbie Harry ainda gostosinha e cheio de estilo. As dos Ramones foram as que mais me prenderam. Porra, Joey é com certeza o cara mais preza do rock, muitas modelos/manequins de hoje em dia se inspiram nele.

Depois, apareci na Roosevelt para assistir “Uma Pilha de Pratos na Cozinha”, a nova peça de Mário Bortolotto. Sem palavras. Gosto da maioria dos trabalhos desse truta, mas esse superou. Não me incomodou como alguns outros, na realidade, me deixou triste. Sair do Satyrus e encarar a rua fria num domingo depois daquela paulada, só me fez pensar em chegar em casa logo. Cara louco. Que história triste.

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Aqui a música nova do Smashing Pumpkins que eu furtei do Aviflax:

“Tarantula” – Smashing Pumpkins


Ainda não consegui destilar. Ta lá a voz de menininho mimado do Billy Corgan, a bateria desgraçada do Matt Chamberlain, tudo bem anos 90, mas soa muito caótica. Eu tô velho, vou escutar melhor...

tenho que ir embora...

Thursday, May 24, 2007

Listinha essencial:

_”Thunder Road” – Bonnie ‘Prince’Billy & Tortoise (Bruce Springsteen cover)
_”San Francisco Bay Blues” – Ramblin’ Jack Elliott
_”Spanish Rose” – Van Morrison
_”The Calvary Cross” – Richard Thompson
_”Hardly Wait” – PJ Harvey
_”Looking Over My Shoulder” – Elliott Smith
_”To The East’ – Electrelane
_”Not Too Amused” - Sebadoh
_”He Who Flattened Your Flame Is Getting Torched” – Danielson
_”Morning Theft” – Jeff Buckley
_”Rub-Alcohol Blues” – The Fiery Furnaces
_”Fred” – The Dead Brothers

Wednesday, May 23, 2007

O Smashing Pumpkins voltou a se apresentar ao vivo ontem à noite em Paris. Caralho, estou neste exato instante, escutando a nostálgica “Hummer”, minha favorita dos 15 anos, tempo em que andava pelos bairros com ela na cabeça e alguns trocados na meia, apaixonado por ninguém e preocupado com nada, achando o mundo um saco, mas suave quanto a isso. Sem classe ou estilo ou medo ou preocupações. Apenas uma música na cabeça e alguns trocados na meia. Nada demais.

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Ontem fui gravar um barato de teleteatro pra TV Cultura com o Márião e a função toda. Foi bem divertido. Catar um ônibus com a garota no final da tarde, passar por baixo da catraca e assistir a cidade pela janela. São Paulo é linda em dias nublados, quando o concreto e o asfalto fundem com o céu e as luzes de freio dos carros piscam na Consolação. Não existe alegria maior que um ônibus vazio. O centro encardido fica ainda mais acolhedor e o som do tráfego nem existe, só a visão funciona e o vazio se instala dentro. Tudo aconteceu ali num prédio na Praça do Correio e lá encontrei um sebo de quadrinhos impressionante. Nunca tinha entrado em algo semelhante em lugar nenhum. Milhares de revistinhas empilhadas numa salinha empoeirada com uma dona simpática atrás do balcão. Encontrei raridades que sonhava nos mesmos 15 anos que citei acima. E me senti triste, já que não funcionaram como antigamente, quando contava os dias pelos novos lançamentos nas bancas, quando estudava cada traço de nanquim do John Buscema nas páginas de papel jornal, quando escutava Smashing Pumpkins deitado no telhado assistindo o crepúsculo alaranjado atrás do bairro.Como era sagrado esse tipo de solidão.

Thursday, May 17, 2007

Ainda não tinha visto, mas o Marião passou o canal e ta lá no Utube o clipe do Cuelho de Alice “Um Trago Com Deus”. Ficou muito bom. Tá todo mundo lá.

Olhem.

Tuesday, May 15, 2007

Lendo os blogs dos escritores envolvidos no polêmico projeto “Amores Expressos”, fiquei seco de vontade de cair na estrada, nem que seja por poucas semanas. Quando se torce para os dias passarem rápidos, durante a semana, é fácil perceber que algo está errado. Viajar é sempre um delírio. Não importa para onde você vá, nem mesmo o tempo – podem ser poucas horas -, só a mudança de ambiente já te faz melhor. Como ando numa fase cagalhão, onde os riscos são poucos, e eu me confino num curral com medo dos velhos problemas e deslizes buscando algo novo e previsível, minha única fuga é realmente pegar o carro e cair na estrada. Não conheço nada melhor e sonho com uma escorregada pelas Cordilheiras dos Andes, ouvindo Desmond Dekker e comendo biscoitos no carro.

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A poeta Bruna Beber me citou como um talarico da internet no Portal Literal do Terra. Valeu, guria. Você é firmezaça.

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Frank Sinatra explica umas coisas.

"One More For My Baby (And One More For the Road)" -Frank Sinatra (mp3)

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Um relato do fotógrafo Tuca Vieira, sobre um acontecimento trágico por que ele passou no viaduto Doutor Arnaldo, ali do lado de casa, me fez formigar o estômago. Saiu na pIauí desse mês, mas você pode ler aqui.

Monday, May 14, 2007

Nem sei o que pensar numa hora dessas. Apenas tento ficar em paz e lutar contra tudo isso que acontece dentro de mim. De qualquer forma, nunca se pode contar com alguém. Sento no chão, levanto, rodeio a mesa onde ainda restam farelos do bolo de aipim. É. Olho para dentro de mim e não encontro solução. Você vai embora numa tarde ensolarada de domingo, dizendo que se sente ótima. Carrega sua bolsa vermelha com os sapatos enrolados num saco de plástico. Daí eu ando até o parque, como o resto do bolo sentado na grama enquanto assisto uns moleques soltando pipas e balões coloridos entre as árvores. Sinto-me como se estivesse perdido no centro de São Paulo numa madrugada fria de inverno.

Wednesday, May 09, 2007

going nowhere

Ontem assisti “Eu, Você e Todos Nós” sem grandes pretensões e fiquei embasbacado. Aquilo ali é videoarte com muito sentido. Impressionante o roteiro desse filme, nem imagino o que se passa na cabeça de Miranda July para ter escrito aquilo, falar do amor e das inseguranças, dúvidas e medos que esse sentimento de merda carrega, com tanta classe e humor e melancolia nos diálogos de personagens contemporâneos muito bem construídos. É. Foda. A trilha também funciona certinho no jogo das câmeras, sendo que a fotografia lembra aqueles sonhos lisérgicos que tenho quando durmo bem pesado e chapado depois de uma longa trepada. Preciso descobrir mais coisas assim.

Tuesday, May 08, 2007

Ontem foi o lançamento oficial de “New Moon”, disco com músicas inéditas e regravações alternativas do defunto Elliott Smith. Vasculhando por ai, consegui descolar o download.

Vi também, em muitos blogs, que os gringos condenam essa atitude já que a renda do disco é destinada aos dorme-sujos de Chicago. Eu, particularmente, tô cagando. Agora é com vocês. Eu recomendo.

“New Moon” – Elliott Smith – (rapidshare)

Monday, May 07, 2007

virada de bruço cultural

Sábado, numa cidade travada pela Virada Cultural, fiz incursões noturnas tentando evitar a muvuca até a cabeça engordar. Passei pelo Teta JazzBar e depois dei uma pescoçada, rápida como quem rouba, no Mercearia, onde comprei a autobiografia da Billie Holiday. Já um tanto bêbado e de barriga cheia de caldo de feijão, decidi com minha Pequena arriscar assistir os Racionais, na Praça de Sé. Mesmo com o metrô funcionando 24 horas, tive uma preguiça do caralho em estacionar e mudar meu meio de transporte, foi de cavalo mesmo. O centro estava uma maravilha, uma renca de bêbados cambaleava pelas ruas, o vento levantava jornais velhos, flyers e embalagens plásticas de cerveja. Eu quase caí depois de pisar num sabugo de milho. Muitos já dormiam no chão, mendigos enrolados em cobertores apenas acompanhavam a invasão noturna com olhos os arregalados, o cheiro de vômito e mijo molambento dominava as ruas mais escuras. Depois de encontrar alguns amigos, me instalei do lado esquerdo do palco, que ficava na frente da catedral. Eram 3 horas da manhã, mas parecia mesmo, pela quantidade de gente, muito mais cedo. Os cachorrões dos Racionais, em demonstração de falta de respeito e estrelismo, atrasaram muito o início do show, deixando a multidão cozinhandinho por uma hora e meia. Minha barriga roncava faminta e minhas pernas estavam fatigadas pela posição ereta. Tinha polícia pra caralho naquela merda, tanto que comentei com Pequena que se a jiripóca piasse ia chover neguinho lá pra baixo do poço onde estávamos aglomerados. Quando os caras entraram no palco e mandaram a primeira música a platéia urrou, todo mundo levantou os braços e os semblantes mudaram, ou seja, todo mundo ficou bravinho, os manos e as minas. Veio a segunda música e eu cansei, peguei a guria pelo braço, comprei uma lata e vazei. Dedo no cu de todo mundo, pensei. Só fiquei sabendo que o pau comeu na manhã seguinte.
Muitos dizem que houve excessos por parte da polícia. Disso eu não tenho dúvidas, contudo, não posso deixar de acreditar que a maioria da molecada que estava ali era muito folgada pra caralho. Com a presença do messias deles, Mano Brown, mandando suas letras fofas, os ânimos esquentaram, e a lei, ou agüentava quietinha ou tomava latada. Não deu outra. Creio também que os organizadores já esperavam por isso, num plano infalível, digno de Cebolinha: “vamos botar os Racionais 3 horas da manhã na Sé, esperar o pau comer e descer a borrachada que ali só têm vagabundo”. Pode ser delírio, mas acho mais interessante pensar assim.

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Hoje tem MEDICATIONS no StudioSP.

Wednesday, May 02, 2007

Do tempo que eu matava aula para assistir filmes do Elvis

No sabadão, debaixo dum pé-d’água na Fernão Dias, engatei a quinta e fui visitar Tiradentes neste nobre feriado. Enquanto notava a nuvem de poluição da metrópole sumir no retrovisor, pensava no alívio em fugir daqui. Sinto que mergulhei tão fundo nas feridas dessa cidade que nada mais me empolga, tudo é cada vez mais sem graça, a não ser os bares, entretanto, os bares não vão fechar, e a ressaca anda cobrando um preço muito alto pelo meu descontrole. Assim, voltei no tempo visitando Tiradentes. Essa cidade de 6 mil habitantes permanece intacta aos vidros espelhados, semáforos e flanelinhas. Tem até uma Maria Fumaça lá fazendo os olhos das crianças brilharem. Caminhei por suas ruas de pedras carregadas de história e fantasmas com a cabeça cheia de vinho. Subi a serra e afaguei os tantos vira-latas e cadelas de mil donos. Tive idéias fantásticas olhando pela janela da pousada e as esqueci na manhã seguinte. Minas Gerais é um lugar a ser explorado, tanto pelas paisagens de quadros de cozinha pintados por vovós quanto pela culinária simples e saborosa. O que dói e o retorno. A sensação de que o tempo voa mais rápido ultimamente. A estrada travada e todos aqueles motoristas, papaizões amargurados que insistem em não sair da pista esquerda e facilitar a vida de quem anda depressa.

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Muitos clipes dos Beatles aqui.

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Os SKATALITES tocam no Sesc Pompéia nos dias 17 e 18.

Segunda estarei no StudioSP.