Friday, June 29, 2007

E hoje começou a 12ª Fest Comix, que acontece na Rua Luiz Coelho, 323 - perto do metrô Consolação. Lá, entre palestras e lançamentos, ainda rola encontrar aquela revistinha que falta na sua coleção. Tarei lá.

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aqui, musiquinha:

Bad Brains – “Build A Nation”

Porque o que pega é ser retardado.

note que você precisa do passdode quando baxar pelo o rapidshare.

Wednesday, June 27, 2007

sempre achei essa banda divertida, contudo já tinha até esquecido que existia, como acontece com a maioria dessas coisas novas. nada.

mesmo assim, achei lá no Fluxblog essa música do último disco que desce na moral.

"Mr Woman" - Electric Six

Monday, June 25, 2007

e a gente se lembrou daquelas pessoas indo pro lugar errado
apenas pelo motivo de se sentir injusto
e sentamos na grama daquele parque para tentar decifrar nossos idiomas esquecidos
ainda era cedo para amanhecer ali
entre cigarros e vinho tinto barato
você me reprimia por fungar demais
rimos das misturas de café da manhã
e das tradições religiosas
nossa distância diminuiu
dia após dia
mas o tempo me disse que já era tarde
e você foi embora na máquina da saudade,
que eu não tenho,
nada.

O Fim dos Tempos

Essa é a banda mais comédia da história da música. Reparem na cara de mau do rapaz. E no texto diz que eles fizeram uma versão capella de uma música. Imaginem quantos otários devem ter soltado gritinhos.

Não.

Sai.
Ontem comecei a ler "Na Natureza Selvagem" de Jon Krakauer, um jornalista que seguiu os passos de Chris McCandles, um moleque que em 1990, após terminar a faculdade, desapareceu abandonando tudo para fazer um rolê pelas estradas, florestas, rios e montanhas dos EUA. 2 anos depois, foi encontrado morto e congelado no Alasca. Comecei meio que sem o que fazer numa tarde monótona de domingo e quase matei o livro de tanto que me prendeu, causando-me até certa insônia já que não conseguia esvaziar a cabeça antes de dormir. Fanático por Tolstói e principalmente por Jack London, McCandles abandonou todo o conforto da família e qualquer tipo de relação interpessoal mais séria para vagar entre os miseráveis das estradas. Muito bom, e é engraçado ler isso enquanto se apodrece aqui dentro de uma das maiores metrópoles do mundo, entre elevadores e controles remotos, manobristas e sommeliers. A vida pós-moderna é um saco.

Sean Penn acabou de finalizar o filme baseado no livro.

No entanto, algo que me deixou estupefato, foi ler sobre o fim trágico de Jack London. Sempre, desde moleque, gostei muito do velho Lobo do Mar. O fato dele ter abdicado à civilização no começo da vida atrás do próprio sustento, algo que serviu de inspiração para todos seus grandes livros de aventura, também sempre me fez acreditar que ele sim era um escritor que usava o sangue. Sempre o via como um homem de história completa. “O Chamado da Floresta” foi um dos livros que mais marcaram minha vida e, até hoje, quando sento numa mesa de bar com pessoas que têm o hábito da leitura, me pego falando desenfreadamente sobre esta obra do cão Buk. No livro que estou lendo, Jon Krakauer conta que Jack morreu “aos 40 anos, bêbado delirante, obeso e patético, levando uma vida sedentária que pouco tinha a ver com os ideais que defendia no papel”, ou seja, Jack foi apenas mais um que padeceu dos males modernos, ao tédio da velhice, à falta de inspiração e à incompatibilidade com a sociedade, mesmo sendo um vencedor.

Alguns livros inspiradores nessa mesma linha:
“Na pior em Paris e Londres” – George Orwell

“Viajante Solitário” – Jack Kerouac

“De Vagões e Vagabundos” – Jack London

Friday, June 22, 2007


Monday, June 18, 2007

Patience

Will Oldham

I wasn't born a fisherman
and I wasn't born a schoolgirl
and I wasn't born a tree of leaves
and I wasn't born o lordy lord
cause I was a bold and tireless worker

and I wasn't born an indian
and I wasn't born arabian
and I wasn't born a man with a dream to just let it falter

and I wasn't born o! a welldigger
and I wasn't born o! a fleshy thing
and I wasn't born a thing to be scorned
a thing to be ignored

and I will align myself with nothing
and I will enjoin my heart with no-one's
cause I was untried
when I was applied the light of birth

and I wasn't born o! to tell the truth
and I wasn't born o! to sleep with ruth
we're miles apartand I have no heart for weeks between coupling
well, i could bide my time with girls that live in town
with those who seem always to be hangeing around
but it would not seem right to pass the night
with one not my true love

and I will align myself with nothing
and I will enjoin my heart with no-one's
cause I was untried
when I was applied the light of birth

Wednesday, June 13, 2007

o emprego compensa, mas cansa.

3 dias em pé.

Monday, June 11, 2007

Ando numa onda rural. Muito capim e sereno de outono. O folk e as montanhas de prados resplandecentes. Sei que pareço um merda falando disso, mas não encontro outra definição para o meu atual momento. A estrada me inspira quando estou saindo da cidade grande numa noite de sexta rumo ao interior de Minas Gerais. Deixo boa parte das preocupações para trás. Talvez tudo isso seja uma fase estranha, que tem muito a ver com o que ando lendo e ouvindo. Bonnie ‘Prince’ Billy, Jim Dodge e a pata Fup, Jonah Rex, bluegrass e algumas coisas antigas me retiraram da atualidade e me colocaram ali, debaixo da sombra duma árvore bem longe daqui, esperando a noite cair na paz lúgubre do campo.

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A manhã com nevoeiro. O café quente e a família na mesa. Um abraço descompromissado do amigo. O cachorro que mora na frente da padaria e que sempre ganha um afago e um pedaço de pão. A correia enferrujada da bicicleta. Arame farpado. Os atalhos pelos terrenos baldios. O gol da virada no recreio. O desprezo de Maria Eugênia e seus cabelos crespos disfarçados com Neutrox. A luz do poste sob a chuva na volta da aula. O cheiro das cordas do violão. Pus de espinha no espelho. O coletivo rabeado. A cerca-viva de cipreste do vizinho que tem piscina. A falange covarde, o terror da molecada. As caminhadas sem fim para nenhum destino em particular. O lago sujo que limparam. E eu, que aparentemente sinto saudade dessas imagens.

Wednesday, June 06, 2007

Tuesday, June 05, 2007

fonte segura

Acaba que fica louco quando a rotina na cidade grande te põe de banho-maria. Nada acontece em lugar nenhum. Os dias correm todos iguais, sem suspeitas. Ontem caminhei por uma Dr. Arnaldo em obras e me senti num formigueiro depois de uma pedrada, quem dera estivesse chapado, pois fiquei paranóico. Parei num ponto de ônibus, traguei um cigarro com um pouco de monóxido de carbono que saia do escapamento do busão e fiquei analisando o caos. É tudo muito feio e eu até gosto disso, mas porra, todo dia. Me senti cansado, querendo voltar pra casa. Daí o sol ia se pondo ali atrás das antenas. Poucas árvores berrando lá no fundo. Coloquei o fone no ouvido e o shuffle começou com Peggy Lee mandando “Sittin’ on the Dock of the Bay”. Tudo melhorou. Fiquei sentando na mureta assistindo aquela merda toda. Várias pessoas. Vários carros. E minhas habituais reclamações freqüentes que inundam minha cabeça diariamente sendo drenadas pela música. Traguei de novo. Outro ônibus passou entortando meu chapéu. Nada acontece em lugar nenhum. Estava ficando atrasado. Estou. Atrasado. Sabotando as tarefas. Distraindo a cabeça. Daí a sensação de monotonia foi embora, o corpo ficou mais leve e um cheiro confortável de buceta invadiu minhas narinas. O puro delírio. Queria mesmo era estar em casa.

Monday, June 04, 2007

Alegando o abandono e a falta de patrocinadores, o melhor site de informação da internet brasileira - o NoMínimo - corre riscos de fechar as portas em Julho. Pena. Eu mesmo gasto mais tempo lá do que com o tal maior jornal do Brasil, que assino e pago corretamente todos os meses.
Não pego carona para voltar pra casa. Sou anacrônico e detesto incomodar, assim vou a pé. No caminho, passo por 3 cemitérios da cidade. Jazigos, lápides e tumbas adornadas e ofuscadas pela luz e seu silêncio. Tudo é tão vazio. Estava sentindo falta de mim quando chego em casa. E da aurora solitária. De quem sofre sem motivos por causa da tristeza de Billie Holiday enquanto a manhã invade a sala. O sono não vem e o cinzeiro enche. Os pássaros cantam lá fora e eu aqui dentro tentando encher a barriga com salsichas cruas a fim de brecar algumas vontades. Não encontro esperança num domingo frio de outono. Nem tenho o que fazer. Escrevo uma carta para você, só não tenho seu endereço, nem idéia de onde possa estar.

Friday, June 01, 2007

Bem cedo. A cidade está molhada pela chuva da noite anterior. E as luzes dos postes ainda estão acesas. E uma Belina escorrega pelo asfalto do centro. Eu sei que só quero esquecer. Tudo que gastei durante esse tempo. Agora que você foi embora. Eu caminho por ai, com medo de alguma surpresa. E as ruas brilham. E as chances são opacas. A porta sobe e a padaria abre. Assim, vou comprar cigarros.