Monday, June 25, 2007

Ontem comecei a ler "Na Natureza Selvagem" de Jon Krakauer, um jornalista que seguiu os passos de Chris McCandles, um moleque que em 1990, após terminar a faculdade, desapareceu abandonando tudo para fazer um rolê pelas estradas, florestas, rios e montanhas dos EUA. 2 anos depois, foi encontrado morto e congelado no Alasca. Comecei meio que sem o que fazer numa tarde monótona de domingo e quase matei o livro de tanto que me prendeu, causando-me até certa insônia já que não conseguia esvaziar a cabeça antes de dormir. Fanático por Tolstói e principalmente por Jack London, McCandles abandonou todo o conforto da família e qualquer tipo de relação interpessoal mais séria para vagar entre os miseráveis das estradas. Muito bom, e é engraçado ler isso enquanto se apodrece aqui dentro de uma das maiores metrópoles do mundo, entre elevadores e controles remotos, manobristas e sommeliers. A vida pós-moderna é um saco.

Sean Penn acabou de finalizar o filme baseado no livro.

No entanto, algo que me deixou estupefato, foi ler sobre o fim trágico de Jack London. Sempre, desde moleque, gostei muito do velho Lobo do Mar. O fato dele ter abdicado à civilização no começo da vida atrás do próprio sustento, algo que serviu de inspiração para todos seus grandes livros de aventura, também sempre me fez acreditar que ele sim era um escritor que usava o sangue. Sempre o via como um homem de história completa. “O Chamado da Floresta” foi um dos livros que mais marcaram minha vida e, até hoje, quando sento numa mesa de bar com pessoas que têm o hábito da leitura, me pego falando desenfreadamente sobre esta obra do cão Buk. No livro que estou lendo, Jon Krakauer conta que Jack morreu “aos 40 anos, bêbado delirante, obeso e patético, levando uma vida sedentária que pouco tinha a ver com os ideais que defendia no papel”, ou seja, Jack foi apenas mais um que padeceu dos males modernos, ao tédio da velhice, à falta de inspiração e à incompatibilidade com a sociedade, mesmo sendo um vencedor.

Alguns livros inspiradores nessa mesma linha:
“Na pior em Paris e Londres” – George Orwell

“Viajante Solitário” – Jack Kerouac

“De Vagões e Vagabundos” – Jack London

1 comment:

I.:.S.:. said...

also must-read down these lines 'Breakfast in Babylon' by Emer Martin (published by Serpent's Tail press).

and then i clicked on riobodycount. similar levels of dead to all of afghanistan (!!!!). and there's meant to be a war on... actually very chilled and nice.