Thursday, November 29, 2007

No fim do ano passado eu estava submerso na merda, sofri uma seqüência de acidentes, me fodi todo numa briga e ainda peguei uma bactéria num simples arranhão que me derrubou, fora isso, minha namorada tinha me pénabundeado e minha avó estava internada no hospital, no mesmo que eu aliás. Encomendei então o livro de poesias da Bruna Beber “A fila sem fim dos demônios descontentes” e o bagulho terminou de me quebrar. Lembro que li o poema abaixo e fui pegar o metrô numa dificuldade filha da puta, já que meus dois pés estavam destroçados, não conseguia pensar em nada direito, só nos últimos versos que reverberavam na minha cabeça. Hoje a Bruna é minha camarada, mas eu evito pagar pau. Ela tá com um blog novo:


ap.

na minha casa você pode flagrar alguém
se escondendo da rotina num quarto escuro
e batendo a cinza do cigarro na janela
enquanto espia as roupas dançando em silêncio
no varal da área
às três da madrugada
você pode flagrar alguém preocupado
segurando uma caneca com vinho vagabundo
dormindo fora de hora
pensando demais na vida
e no tédio que é
essa falta de paixão.

Bruna Beber

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