Sunday, January 16, 2011

eu me embrenho por aí, vezenquando. passeio pela nova cidade enterrada, sem elos ou pontes, cheia de regras e preços e filas que todos obedecem complacentemente. ando desgarrado por aí, pelo menos tento, embora não consiga. existe algo de grotesco e oligofrênico crescendo nas grandes metrópoles, na vida exposta civilizada e ultra conectada, disponível e sem mistérios. se antes éramos selvagens, hoje somos todos carentes na textura e na substância, nas dependências amorfas do ego. vendidos, com a justificativa perfurada de que é preciso sobreviver, crescer e se prostituir em nome da opinião alheia. não temos espinha dorsal, somos curvados como vacas bêbadas mascando grama numa ladeira. mal educados pelo medo de perder para o próximo ou ser deixado de canto. Cheios de compaixão e solidariedade nas horas cômodas; aquela atenção e eloquência para assuntos banais que mentes mutiladas encontram e fingem entender. reciclagem de restos. não perceber o fim da linha. julgar os outros por aquilo que você também faz nas profundezas dos panos. hoje, a honra é medida pelo quanto se pode receber. velhice, erros e decandência não fazem mais parte dos planos. bem, eu ando por aí, e eles me dizem, adapte-se, aceite, chegou a hora, afinal. pare enquanto é tempo. prefiro morrer mesmo, pisar fundo, a existir de joelhos. crio minha vida num terrível drama. é uma opção pessoal. quero me foder à toa. já que a cada dia que vivo mais, morro menos.

4 comments:

Anonymous said...

eu acho que voce esta deprimido,desesperançoso,angustiado. Viver é muito bom, mesmo na terceira idade. voce precisa ir a um psiquiatra, isso tem jeito para arrumar suas ideias.

Anonymous said...

procura um psiquiatra. tu tá deprimido

Carlos Carah said...

ai... que dor. aqui no peito. me ajuda. ai. pufavô.
tô tão deprê,

mas...
aí, se você me liberar teu rabinho pra eu encher de porra, garanto, vou ficar novinho. em folha. cheio de gás.

ninguem said...

hahahahahhaahhaahhaha!!!