Saturday, January 15, 2011

Subo as ladeiras de pedras e desvio de todos os olhos de serpente apenas para conversar, na praça central, com o velho das orelhas negras que ainda usa esporas nas botas. O sino da igreja toca cinco vezes e o calor seca nossas carcaças como a dos calangos que caminham pelos blocos de rocha que brotam da terra ao redor da cidade. As coisas poderiam ser melhores, é o que ele diz, para todo mundo nesse arraial. Conversamos até as luzes dos postes se acenderem. Eu aposto meus anseios e atiro cascalho na fonte desativada. Posso provar que não sou um idiota se a estrada me deixar partir para nunca mais voltar. Quero estar dentro da tempestade quando o fogo sair da sua respiração. Tudo é adeus quando se está de passagem.

1 comment:

Carlos Fofaun said...

"Tudo é adeus quando se está de passagem"

FODA!!!!!!!!!!!