Monday, April 06, 2009

Rita tinha um comportamento sexual bizarro. Ela gostava de tomar bordoadas até que ficasse com marcas assustadoras no traseiro e no rosto. Isso no começo. Até achei normal ela cuspir na minha cara, mas quando entrou numas de fezes, fiquei um tanto desconfiado. Nosso sexo escorria e fedia pelo andar inteiro do prédio. Uma vez, algemado à cabeceira de sua cama, tomei umas lambadas do seu chicote de couro de porco nas costas. Fiquei um mês sem poder tirar a camisa em público. Eu tinha 17 anos na época e fazia um puta calor nas ruas. Rita estava com 35 e era linda e pálida como uma fada malvada. Não gostava de drogas nem bebidas, era daquele jeito mesmo, normal. Usava roupas de vinil e apetrechos de couro tacheados. Demorava um bom tempo para calçar e tirar suas botas de cano altíssimo com um cadarço trançado quilométrico. Gostava de brincar de dominadora/submissa. Sua musa era uma americana de pernas enormes, chamada Stephanie Rage. Havia pôsteres dela espalhados pelas paredes pretas de todo apartamento. Um dia, Rita chegou toda suada e foi lavar a louça. Ela estava agindo de forma estranha e até cantarolava canções de Patsy Cline, coisa que ela detestava. Rita estava feliz, eu notei. Passava alguns dias desaparecida e quando surgia, fazíamos sexo convencional, cheio de beijinhos secos como frutas cristalizadas. Semanas depois, Rita me disse que estava apaixonada por Raimundo, um anão dono de um pardieiro de 7 quartos na Aclimação. Dizem que anões são bem dotados, existem até filmes onde esses caras, com auxílio de banquinhos, fodem louras estonteantes em Moscou e Berlin. Mudou-se para o hotel do Raimundo e nunca mais me deu dinheiro ou notícias. Soube, bem depois, que ela morria de cócegas na sola dos pés.

1 comment:

said...

Do caralho brother, se a expressão não soar muito ambígua...