Thursday, November 12, 2009

O ar que me falha surge quando corto estradas sobre planícies resplandecentes que variam a direção de acordo com árvores e imensas rochas no caminho. Sei que pode parecer loucura. Estou intoxicado pela metrópole peçonhenta. Eu nunca me digo a verdade. O ar me falta e invento, por isso, escapo e perco a cabeça. Algo se acomete sobre mim. Meu regular nunca é suficiente. Sei que não adianta. Talvez eu deva explodir como uma garrafa arremessada num muro. A sorte que suja e pinga vermelho. Quando atravesso planícies desoladas pelo vento, mantenho-me quieto e absorto. Invento. E tudo é bem mais fácil que morrer para mim. Paro num posto de abastecimento em Passo Alto. Perco a cabeça e o céu despenca. Com punhos cheios de poeira, observo a paisagem. O sopro que deita as lavouras no horizonte. O sol pune tudo ao redor. Nuvens detonam no céu. Pela última vez. Eu trouxe minha ansiedade para uma planície desolada, agora deixo que os lobos me julguem. Lá de longe. Uivo para que me encontrem

e

me

dest

ri

nch

em.

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