Friday, March 13, 2009

Ela me traz o frio com seus braços cheios de hematomas e seus beijos ressecados. Ela é o meu anjo desorientado que me chama de Lúcifer, no escuro do carro numa estrada mal sinalizada. Ela empurra minha cabeça pra baixo quando vomito em banheiros de postos de gasolina . Ela abre a janela para gritar filho da puta pro céu. Diz que é uma forma de descarregar, eu não entendo. Ela sente medo demais e não sabe rezar. Nós rachamos a gasolina e dividimos desastres. Por mim, tá tudo bem. Acho que vou sair para dar uma volta, eu lhe digo, apoiado na porta do motel, e ela se transforma numa coisa delicada e esquecida, como flores num cemitério após o dia de finados. Não temos planos nem irmãos. Temos um fim próximo, numa curva mal feita, a toda.

2 comments:

Anonymous said...

Vc é d+ gato, adoro as coisas que vc escreve ...
bjus

Adriana Godoy said...

um conto de amor meio às avessas. lindo pra caralho!!!!! vc é um lúcifer beat.