Friday, March 21, 2008

Acabei de chegar em casa. Estou um pouco acabrunhado. Ligeiramente furioso comigo. Cansado. Dessa merda humana fresca que escorre pelas sarjetas e mela minhas botas por onde descarrilo por puro vacilo nesses meus momentos solitários cheios de uma fé mundana. Essa cidade é um pasto asfaltado. Pelo menos por onde passei agora pouco. Por onde errei de novo poucos minutos atrás. Creio que estou à procura de algo que não existe mais. Por enquanto. Toda essa artificialidade social entusiástica de bonequinhos maquiados que esbarram e sorriem. Isso me provoca caganeira. É foda acreditar em algo quando se é incasto. Fico chateado quando assisto uma putinha metida rebolar esperando olhares. Eu gosto de putinhas lindas e, francamente, daquelas estranhas, que não riem de qualquer piada, nem se maquiam depois que acordam, ou se acabrunham quando estão peladas. Dessas de regata preta com a alça do sutiã aparecendo, uma bermuda de calça jeans cortada e tênis branco encardido amassando a bituca na calçada. Queria mesmo é levá-las pra casa pra mostrar minha coleção de revistinhas. E essa música. E minha piroca, lógico. O foda é essa minha total falta de conecção. Ando intolerante comigo e, principalmente, com os outros. Eu amei absoluta e incondicionalmente minha última mulher. Uma pessoa especial. Sinto falta de falar com ela sobre minhas conquistas e sobre minhas derrotas. Sinto-me como um moleque que construiu uma pipa, com rabióla e tudo, esperando o vento. Sentado com as costas encurvadas nesse assento. Esperando que essa porra levante vôo rumo ao esquecimento.

1 comment:

Anonymous said...

Como tudo o que leio aqui, muito, muito lindo...