Monday, March 24, 2008

noturno

Grande parte das minhas lembranças é noturna. Ou possui os tons do entardecer do Brasil central. Era uma vez. Foi uma vez. Tal vez. Algo que se tornou uma página virada pelo vento. Um bolero esquecido. Uma canção tocada em 78 rpm num velho gramofone empoeirado pelo tempo. Uma rodovia deserta com um hotel barato de letreiro de néon azul. Palavras ditas num sofá de feltro numa recepção vazia. Como uma bronca. 3 e meia da manhã. Minhas unhas ruídas. Meus velhos sapatos que caminham por ai. Noturnos. Onde realmente são. Smith & Wesson decidindo o destino de muitos. Minhas memórias não são honestas. São noturnas. Nada que presta.

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