Monday, March 24, 2008

XXX

Quando era moleque, eu acompanhava a industria pornô. Achava bem mais interessante assistir um XXX que os tais filmes normais. A rapaziada na escola queria ser jogador de futebol ou piloto de avião a jato, eu já queria ser ator pornô, ou um traficante bem sucedido. Fuder com a vida das pessoas. Antigamente não existia essa oferta de putaria que encontramos hoje nas bancas. Apenas aquelas revistas sórdidas em páginas de papel jornal com modelos grotescas em construções abandonadas ou em quartos de motel de fórmica azul e rosa, cenas quentes de carnaval e aquelas porcarias européias redondas de quinta que eram possíveis encontrar nas bancas da rodoviária – nada de DVDs ou esses filmes baratos que editoras de fundo de quintal lançam hoje em dia. Era preciso mesmo alugar um VHS. Na primeira vez, eu e um amigo, ainda despentelhados, fomos até a locadora do bairro e falamos que nossos pais estavam cientes da punhetagem. Meu camarada disse que seu pai fumava até maconha, numas de provar como sua família era liberal e não iria encanar com um simples filminho sujo. A balconista nos analisou e disse, vão até eles e tragam uma autorização assinada. Fomos à banca de jornal e fizemos uma na hora, num pedaço de sulfite. Ela olhou aquilo e disse, belê, na maior naturalidade. Isso era no começo dos anos 90, quando Savannah estava em seu auge e a gente pirava na lourona suicida. Eu tinha até um pôster da vagaba colado na parte interior do guarda-roupa, mas não lembro onde estava quando fiquei sabendo de sua morte. Tinha também a Racquel Darrian, uma deusa morena com o corpo perfeito, ela era a minha preferida, podia ficar horas descrevendo sua atuação para os moleques depois das partidas de futebol. Fazia um pornô bem mais soft que as coisas que rolam hoje em dia, que aliás, podem ser bem grotescas, tipo esse negócio de DP anal, gangbang, fistfucking, ass to mouth, etc. Sei que tem uma pá de gente que gosta, mas isso não me provoca ereções. Era muito divertido assistir os filmes com Ron Jeremy. Aquele gordinho com cara de mafioso sentando a vara numas gostosinhas não deixava de ser hilário. Dava para perceber pelo sorriso debaixo do bigode que o truta tava delirando de alegria. Lembro de pensar que se aquele desgraçado comia várias, eu iria comer também. Existiam também aqueles filmes com festas ao redor da piscina que era uma suruba dos diabos. Era o sonho hippie subvertido, que amor livre o caralho. Uma vez alugamos um filme com a Cicciolina. No encarte estava escrito algo como a Rainha do Pornô e só haviam cenas com a putana. O pornô italiano sempre foi mais sujo - coisas com freiras perversas, grupal desenfreado, bondage, tal - e nessa sacanagem havia uma cena que Cicciolina mijava na boca de um safado lá. Foi um choque. Chamamos a molecada inteira da rua pra ver aquilo, inclusive um tampinha de 5 anos que dava cambalhotas de rir. Hoje estou por fora, mas sei que a coisa anda bem mais profissional. Novas atrizes surgem todos os anos e, pelo o pouco que me informei, após a era Silvia Saint e as tchecas, as duas que mais chamam a atenção são extremamente paudurecentes. Melissa Lauren, apesar de porquinha, é uma das gurias de mais destaque, ela até já dirige alguns filmes e é apoiada pelos pais na profissão - eu não vejo nada de errado nisso, já que muitos pais ficam tão excitados quanto os porteiros vendo as filhas mostrando a bunda em capas de revistas ou rebolando na boquinha de uma garrafa na TV. Melissa é uma loirinha francesa que começou cedo no ramo, mas já pode ser considerada uma veterana. Apesar da pouca idade, 24 anos, já atuou em uma caralhada de filmes. A nova promessa é Sasha Grey, uma moreninha com cara de junkie sapeca e despudorada de apenas 20 anos. É uma deusinha de fazer o papai do céu pensar em pecar. Conferi um filme com ela esses dias e pensei, porra, taí algo que toda mulher deveria assistir. Que desenvoltura. Que sacolejo de quadris. Que sem vergonha. Hoje, noto que o pornô soft já está disseminado pelos meios de comunicação - e não estou falando de erotismo -, vide esses comerciais de cerveja e os editoriais cafonas de moda. Muitas celebridades nacionais estão mostrando o brioco por ai e dizendo que é apenas pela grana. Nem quero imaginar quem será a próxima Gretchen. A cada dia que passa as pessoas perdem a vergonha de dizer que gostam mesmo é de putaria. O grande problema é saber falar disso sem ser vulgar. Tem neguinho que exagera. Esse é um assunto que ainda se deve falar baixo, na manha, como uma trepada debaixo de um caminhão numa zona movimentada da cidade.

Melissa Lauren
Sasha Grey

4 comments:

Anonymous said...

Gostosas elas...

Amanda.

Anonymous said...

dá um sal.

beijo, lindona.

cc

Anonymous said...

nada como as produções
francesas Marc Dorcel...

pornografia de primeira sem vulgaridade..

Anonymous said...

poxa, não conheço Marc Dorcel.

valeu a dica, fofaun.

cc