Monday, January 28, 2008

é aniversário da cidade. ando pelas ruas sozinho. ruas que nunca cruzei antes, nem em sonhos. um vento frio bate de frente e balança as árvores para todos os lados. Fico olhando uma igreja antiga e bonita, com uns vitrais brilhantes e coloridos. atrás dela o céu está sinistro e encoberto por nuvens carregadas, empelotado, numa explosão de tons cinzas, como um pano de chão imundo. o asfalto, o concreto, o céu, cinzas. as árvores num verde escuro e vivo. assustador. sinto-me pequeno ali no meio. e aquele estranho contraste causa-me náuseas. algo estranho por dentro, ruim. como se eu não estivesse inteiro, completo. Como se alguns pedaços estivessem faltando e precisassem ser encontrados e varridos, e depois colocados de volta no lugar. minha visão embaçada e aquele sentimento atormentando meu estômago, minha mente. por que deus me fez assim? continuo andando quieto. desejo baixinho que tudo aquilo suma da mim, que fique para trás. cruzo ruas por onde nunca andei antes. nem em sonhos. é aniversário da cidade. Parece que ninguém está comemorando.

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